sábado, 16 de fevereiro de 2013
Você pode fazer a diferença!
Relata a Sra. Thompson que, no seu primeiro dia de aula, parou em frente
aos seus alunos da quinta série e, como todos os demais professores,
lhes disse que gostava de todos por igual.
No entanto, ela sabia que isto era quase impossível, já que na primeira fila estava sentado um pequeno garoto chamado Teddy. A professora havia observado que ele não se dava bem com os colegas de classe e, muitas vezes, suas roupas estavam sujas e cheiravam mal.
Houve até momentos em que ela sentia prazer em lhe dar notas vermelhas ao corrigir suas provas e trabalhos.
Ao iniciar o ano letivo, era solicitado a cada professor que lesse com atenção a ficha escolar dos alunos, para tomar conhecimento das anotações feitas em cada ano.
A Sra. Thompson só fez isso alguns meses depois que as aulas tinham iniciado e deixou a ficha de Teddy por último. Mas, quando a leu foi grande a sua surpresa. A professora do primeiro ano escolar de Teddy havia anotado o seguinte:
Teddy é um menino brilhante e simpático. Seus trabalhos sempre estão em ordem e muito nítidos. Tem bons modos e é muito agradável estar perto dele.
A professora do segundo ano escreveu: Teddy é um aluno excelente e muito querido por seus colegas, mas tem estado preocupado com sua mãe que está com uma doença grave e desenganada pelos médicos. A vida em seu lar deve estar sendo muito difícil.
Da professora do terceiro ano constava a seguinte anotação: A morte de sua mãe foi um golpe muito duro para Teddy. Ele procura fazer o melhor, mas seu pai não tem nenhum interesse e logo sua vida será prejudicada se ninguém tomar providências para ajudá-lo.
A professora do quarto ano escreveu: Teddy anda muito distraído e não mostra interesse algum pelos estudos. Tem poucos amigos e muitas vezes dorme na sala de aula.
A Sra. Thompson se deu conta do problema e ficou terrivelmente envergonhada. Sentiu-se ainda pior quando lembrou dos presentes de Natal que os alunos lhe haviam dado, envoltos em papéis coloridos, exceto o de Teddy, que estava enrolado num papel marrom de supermercado.
Lembra-se de que abriu o pacote com tristeza, enquanto os outros garotos riam ao ver uma pulseira faltando algumas pedras e um vidro de perfume pela metade.
Apesar das piadas ela disse que o presente era precioso e pôs a pulseira no braço e um pouco de perfume sobre a mão. Naquela ocasião, Teddy ficou um pouco mais de tempo na escola do que o costume. Lembrou-se ainda, que Teddy lhe disse que ela estava cheirosa como sua mãe.
Naquele dia, depois que todos se foram, a professora Thompson chorou por longo tempo...
Em seguida, decidiu-se a mudar sua maneira de ensinar e passou a dar mais atenção aos seus alunos, especialmente a Teddy..
Com o passar do tempo, ela notou que o garoto só melhorava. E quanto mais ela lhe dava carinho e atenção, mais ele se animava.
Ao finalizar o ano letivo, Teddy saiu como o melhor da classe. Um ano mais tarde a Sra. Thompson recebeu uma notícia, em que Teddy lhe dizia que ela era a melhor professora que teve na vida.
Seis anos depois, recebeu outra carta de Teddy contando que havia concluído o ensino médio e que ela continuava sendo a melhor professora que tivera. As notícias se repetiram até que um dia ela recebeu uma carta assinada pelo Dr. Theodore Stoddard, seu antigo aluno, mais conhecido como Teddy.
Mas a história não terminou aqui. A Sra. Thompson recebeu outra carta, em que Teddy a convidava para seu casamento e noticiava a morte de seu pai.
Ela aceitou o convite e no dia do casamento estava usando a pulseira que ganhou de Teddy anos antes, e também o perfume.
Quando os dois se encontraram, abraçaram-se por longo tempo e Teddy lhe disse ao ouvido: Obrigado por acreditar em mim e me fazer sentir importante, demonstrando-me que posso fazer a diferença.
Mas ela, com os olhos banhados em pranto, sussurrou baixinho: Você está enganado! Foi você que me ensinou que eu podia fazer a diferença, afinal eu não sabia ensinar até que o conheci.
* * *
Mais do que ensinar a ler e escrever, explicar matemática e outras matérias, é preciso ouvir os apelos silenciosos que ecoam na alma do educando.
Mais do que avaliar provas e dar notas, é importante ensinar com amor, mostrando que sempre é possível fazer a diferença...
Uma lição inesperada
No último dia de férias, Lilico nem dormiu direito. Não via a hora de
voltar à escola e rever os amigos. Acordou feliz da vida, tomou o café
da manhã às pressas, pegou sua mochila e foi ao encontro deles.
Abraçou-os à entrada da escola, mostrou o relógio que ganhara de Natal,
contou sobre sua viagem ao litoral. Depois ouviu as histórias dos amigos
e divertiu-se com eles, o coração latejando de alegria. Aos poucos, foi
matando a saudade das descobertas que fazia ali, das meninas
ruidosas, do azul e branco dos uniformes, daquele burburinho à beira do
portão. Sentia-se como um peixe de volta ao mar. Mas, quando o sino
anunciou o início das aulas, Lilico descobriu que caíra numa classe
onde não havia nenhum de seus amigos. Encontrou lá só gente estranha,
que o observava dos pés à cabeça, em silêncio. Viu-se perdido e o
sorriso que iluminava seu rosto se apagou. Antes de começar, a
professora pediu que cada aluno se apresentasse. Aborrecido, Lilico
estudava seus novos companheiros. Tinha um japonês de cabelos espetados
com jeito de nerd. Uma garota de olhos azuis, vinda do Sul,
pareceu-lhe fria e arrogante. Um menino alto, que quase bateu no teto
quando se ergueu, dava toda a pinta de ser um bobo. E a menina que
morava no sítio? A coitada comia palavras, olhava-os assustada, igual a
um bicho-do-mato. O mulato, filho de pescador, falava arrastado,
estalando a língua, com sotaque de malandro. E havia uns garotos com
tatuagens umas meninas usando óculos de lentes grossas, todos esquisitos
aos olhos de Lilico. A professora? Tão diferente das que ele
conhecera... Logo que soou o sinal para o recreio, Lilico saiu a mil
por hora, à procura de seus antigos colegas. Surpreendeu-se ao vê-los em
roda, animados, junto aos estudantes que haviam conhecido horas antes.
De volta à sala de aula, a professora passou uma tarefa em grupo. Lilico
caiu com o japonês, a menina gaúcha, o mulato e o grandalhão.
Começaram a conversar cheios de cautela, mas paulatinamente foram se
soltando, a ponto de, ao fim do exercício, parecer que se conheciam há
anos. Lilico descobriu que o japonês não era nerd, não: era
ótimo em Matemática, mas tinha dificuldade em Português. A gaúcha, que
lhe parecera tão metida, era gentil e o mirava ternamente com seus
lindos olhos azuis. O mulato era um caiçara responsável, ajudava o pai
desde criança e prometeu ensinar a todos os segredos de uma boa
pescaria. O grandalhão não tinha nada de bobo. Raciocinava rapidamente
e, com aquele tamanho, seria legal jogar basquete no time dele. Lilico
descobriu mais. Inclusive que o haviam achado mal-humorado quando ele
se apresentara, mas já não pensavam assim. Então, mirou a menina do
sítio e pensou no quanto seria bom conhecê-la. Devia saber tudo de
passarinhos. Sim, justamente porque eram diferentes havia encanto nas
pessoas. Se ele descobrira aquilo no primeiro dia de aula, quantas
descobertas não haveria de fazer no ano inteiro? E, como um lápis
deslizando numa folha de papel, um sorriso se desenhou novamente no
rosto de Lilico.
Crônica de João Anzanello Carrascoza, ilustrada por Daisy Sartori
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